Tem coisa mais frustrante do que perder uma manhã inteira em uma fila só pra resolver uma coisa simples com algum órgão público? Pois é. Durante muito tempo, a burocracia foi quase um sinônimo de serviço público. Mas isso está mudando, e rápido.
O que antes parecia coisa de filme futurista, hoje faz parte do nosso dia a dia: o governo digital. Um movimento que vem transformando a maneira como o Estado se relaciona com as pessoas. Já não dá mais pra manter os mesmos processos de 30 anos atrás se todo o resto da vida está ao alcance de um clique.
E foi exatamente sobre isso que se falou no GovTech Summit 2025. Um evento que reuniu gente de várias partes do Brasil pra conversar sobre como a tecnologia pode tornar o serviço público mais simples, mais ágil e mais próximo de quem realmente importa: o cidadão.
O que é Governo Digital (e Por Que Isso Muda Tudo)
Quando se fala em governo digital, muita gente pensa que é só criar um site bonitinho ou um aplicativo pra agendar atendimento. Mas vai muito além. É uma mudança de mentalidade. Uma forma nova de pensar como o serviço público pode — e deve — funcionar no ritmo da vida real.

Reduzindo a papelada (e o estresse)
Quem nunca teve que preencher três vezes o mesmo formulário em repartições diferentes? Isso está mudando. Com os sistemas integrados, as informações circulam entre os órgãos de forma automática. O cidadão consegue atualizar um dado pessoal ou emitir uma certidão sem sair de casa — e sem esquentar a cabeça. Dá pra resolver tudo no celular, até no intervalo do almoço. Isso é mais do que praticidade. É respeito ao tempo das pessoas.
Agilizando o que era lento
Nos bastidores, as engrenagens também rodam de outro jeito. Antes, um processo podia ficar dias numa mesa esperando uma assinatura. Agora, tudo flui digitalmente. As assinaturas são eletrônicas, os trâmites têm controle de prazo, e a comunicação entre setores é quase instantânea. Menos papel, menos espera e mais resultado. Em vez de empurrar com a barriga, o serviço anda.
Pensando em quem usa (de verdade)
Já percebeu como alguns sites públicos pareciam feitos pra confundir? Isso está mudando também graças às iniciativas de governo digital. Hoje, os sistemas são pensados pra quem vai usar — gente comum, que só quer resolver um problema sem precisar de um manual. A linguagem ficou mais clara, os botões mais evidentes, o passo a passo mais lógico. E se der dúvida, o chat ou atendimento virtual está ali pra ajudar. Até quem não tem muita intimidade com tecnologia está conseguindo se virar melhor.
Transparência que funciona
Outra mudança grande é na confiança. Quando o serviço é digital e bem feito, fica mais fácil ver onde o dinheiro está sendo usado, quais projetos estão em andamento, o que está funcionando ou não. Os portais de transparência, por exemplo, permitem que qualquer pessoa acompanhe a aplicação de recursos públicos em tempo real. Isso ajuda a combater desconfianças e aproxima as pessoas do funcionamento do governo. Afinal, se é público, tem que ser visível.
Essas mudanças não são só técnicas. São escolhas sobre como tratar quem precisa do serviço público: com dignidade, clareza e agilidade. E isso, convenhamos, faz uma baita diferença no dia a dia de qualquer um.
O que Rolou no GovTech Summit 2025
Durante o evento em Porto Alegre, que aconteceu em maio, muita coisa importante foi discutida. E não foi só conversa de especialista, não. As pautas estavam bem conectadas com o dia a dia de quem trabalha ou depende dos serviços públicos.
Inteligência Artificial: mais que moda
A inteligência artificial, por exemplo, deixou de ser só uma ideia futurista e já é parte real da rotina em vários órgãos públicos. No evento, mostraram como ela vem sendo usada pra organizar filas de atendimento, identificar prioridades automaticamente e até ajudar na tomada de decisões.
Se quiser entender melhor como a IA está mudando o mundo do trabalho, vale conferir o artigo 8 Maneiras como a Inteligência Artificial está transformando o mercado de trabalho.”

Quer ver um exemplo prático? Alguns tribunais já usam IA pra fazer uma triagem inicial dos processos que chegam, o que ajuda a distribuir as demandas com mais agilidade. Outra aplicação comum é o chatbot, aquele atendente virtual que fica disponível 24 horas por dia pra tirar dúvidas simples — algo que facilita muito pra quem precisa de uma resposta rápida, sem depender do horário comercial.
Digitalização com foco em gente
Digitalizar não é só digitalizar. Parece estranho dizer assim, mas faz sentido. Muita gente acha que basta jogar o serviço na internet e pronto. Só que, como foi debatido no GovTech Summit 2025, o desafio está em fazer isso pensando em quem está do outro lado: o cidadão comum, que muitas vezes não entende termos técnicos, usa internet no pré-pago e tem celular mais antigo. Por isso, os exemplos que mais chamaram atenção foram os que mostraram soluções simples e inclusivas — como aplicativos que funcionam offline ou sites com leitura facilitada pra quem tem baixa visão. É isso que significa digitalizar com foco em gente.
Ética e dados: papo sério
Com o aumento do uso de tecnologia, cresce também a quantidade de dados coletados. E aí entra uma preocupação enorme: como garantir que esses dados não sejam usados de forma errada? O evento trouxe esse debate com força. Falaram sobre privacidade, segurança, mas também sobre confiança. Afinal, pra que as pessoas aceitem compartilhar suas informações com o governo, elas precisam sentir que há seriedade e cuidado do outro lado.
Se quiser saber como proteger seus próprios dados no dia a dia, dá uma olhada no artigo Cibersegurança sem Complicação: Proteja sua Vida Online.
Um dos caminhos apontados foi investir em transparência ativa: mostrar claramente que dados estão sendo coletados, por quê, e como vão ser usados.
Participação cidadã: a voz que chega
Outro tema forte foi a participação cidadã como prática de um governo digital. E aqui vale pensar: como fazer com que as pessoas não sejam só receptoras de políticas públicas, mas também influenciem as decisões? Ferramentas como consultas públicas online, painéis de sugestões e canais de escuta digital foram mostradas como formas práticas de dar voz à população.

Um exemplo bacana apresentado no evento foi de uma prefeitura que criou um painel interativo onde qualquer morador podia votar em prioridades para o orçamento do próximo ano. Simples, direto e poderoso. Isso mostra como o digital pode ser uma ponte entre quem governa e quem é governado — quando usado com responsabilidade e criatividade.
TRE-RN e o Olhar para o Futuro
O Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte tem mostrado que está de olho nas transformações que estão acontecendo no setor público. A presença no GovTech Summit foi uma chance de mergulhar nessas discussões, trocar experiências e voltar com a cabeça cheia de ideias que podem fazer a diferença na Justiça Eleitoral.
Quem esteve por lá representando o TRE-RN foi o Secretário de Tecnologia da Informação e Eleições, Marcos Maia, e o coordenador de Sistemas Corporativos, Osmar Fernandes. Os dois participaram de todo o evento, assistiram às apresentações e buscaram entender como as soluções tecnológicas apresentadas poderiam ser aplicadas na realidade do Tribunal. Nada de discurso técnico ou distante: a ideia era se aproximar mesmo, aprender com quem já testou, ouvir o que deu certo (e o que não deu) e pensar em como adaptar isso ao nosso contexto.
Um ponto que chamou atenção durante o evento foi a presença crescente de startups e empresas especializadas oferecendo soluções criativas para o setor público. Essa movimentação tem sido particularmente forte no Rio Grande do Sul, onde já existem parcerias consolidadas entre governos e iniciativas privadas focadas em inovação. Ver isso de perto foi inspirador e deixou claro que há muito a aprender — especialmente para instituições do Nordeste, como o TRE-RN, que buscam caminhos para modernizar seus serviços com agilidade, mas também com criatividade e responsabilidade.
Afinal, a Justiça Eleitoral tem um histórico reconhecido de inovação. Desde as urnas eletrônicas — que, aliás, ainda são motivo de admiração em vários países — até os sistemas de cadastro e votação digital, o pioneirismo sempre esteve presente. Agora, o desafio é ir além: tornar os serviços ainda mais simples, automatizar tarefas internas, melhorar o atendimento ao público e usar a tecnologia pra reforçar a confiança da população.
Esse movimento não é sobre modismo. É sobre compromisso com o futuro, com a eficiência e, principalmente, com as pessoas.
Quais as Principais Lições?
Depois de tantos exemplos e vivências compartilhadas, dá pra perceber que o governo digital não é mais só uma ideia — ele já está moldando a forma como o serviço público acontece. Mas o que, afinal, ficou de mais marcante nesse processo todo? A seguir, estão algumas lições que ajudam a entender como transformar boas intenções em práticas concretas. São aprendizados que servem não só para inspirar, mas também para colocar a mão na massa, repensar rotinas e criar soluções que realmente funcionem na ponta, onde o cidadão está.
Sistemas que se falam
Em um governo digital, quando os sistemas públicos conseguem se comunicar entre si, quem mais ganha é o cidadão. Ninguém aguenta mais ter que repetir a mesma informação em cada lugar que vai, né? Se um dado já está em um sistema do governo, por que não pode ser acessado por outro órgão quando for necessário? Um bom exemplo é quando a Receita Federal e o INSS compartilham informações, facilitando a análise de benefícios. Isso evita retrabalho, reduz erros e ainda acelera o atendimento. Pro servidor também é uma mão na roda: ele deixa de perder tempo com tarefas repetitivas e pode focar no que realmente importa.
IA com propósito
Falar de inteligência artificial no setor público só faz sentido se for pra ajudar gente de verdade. Não adianta implementar um monte de tecnologia se ela não melhorar a vida das pessoas. A IA pode ser usada pra organizar filas, responder dúvidas comuns, agilizar processos e até prever demandas futuras. Já pensou um sistema que detecta automaticamente quando um benefício vai atrasar e avisa antes, oferecendo alternativas? Isso é colocar a IA a serviço da população, com responsabilidade e foco em resolver problemas reais. E claro, sempre com transparência sobre como essas decisões estão sendo tomadas.
Inovação também é cultura
Tem gente que acha que inovação é só sobre ferramenta nova. Mas na verdade, inovação de verdade começa pela cultura. É sobre permitir que as pessoas experimentem, errem e melhorem sem medo. É criar ambientes onde ideias são bem-vindas e onde quem está na ponta é ouvido. Já vi casos em que um simples formulário foi redesenhado por sugestão dos próprios atendentes, e o resultado foi um processo muito mais rápido e claro pra todo mundo. Às vezes, inovar é só ter coragem de ouvir e mudar. Isso também é tecnologia — humana.
Ninguém pode ficar pra trás
Se o governo digital quer alcançar todo mundo, ele precisa falar a língua de todo mundo. Aplicativos leves, que rodam em aparelhos antigos. Interfaces simples, que não confundem. Atendimento com linguagem clara, sem enrolação. E principalmente: paciência com quem ainda está aprendendo. Tem muita gente que só agora está pegando o jeito de usar celular, e essas pessoas também têm direito a um serviço público que funcione. O digital precisa incluir, e não excluir. É aí que entra o papel da acessibilidade e da educação digital. Sem isso, a transformação fica pela metade.
Governo Digital em Situações de Crise
A tragédia ambiental que atingiu Porto Alegre e cidades vizinhas em 2024 escancarou a importância do uso da tecnologia na gestão pública, especialmente em momentos de crise. Foram dias difíceis, com chuvas intensas, enchentes e milhares de pessoas precisando de ajuda. E, mesmo diante de tanta dor, o que se viu foi a força das soluções digitais fazendo diferença real na vida de muita gente.

As plataformas digitais foram fundamentais pra organizar o caos. Cidadãos puderam, por exemplo, fazer seu cadastro para auxílio emergencial diretamente pelo celular, evitando filas, aglomerações e deslocamentos perigosos. O pedido de abrigo também foi facilitado por canais digitais, que cruzavam os dados das famílias desabrigadas com a disponibilidade de vagas em tempo real.
Além disso, sites e aplicativos criados em caráter emergencial ajudaram a identificar e atualizar as áreas de risco, permitindo que alertas chegassem mais rápido à população. Muita gente recebeu mensagens de evacuação pelo WhatsApp ou por SMS, o que evitou ainda mais tragédias. A logística das doações também foi coordenada digitalmente: desde o cadastramento de voluntários até a distribuição de mantimentos e roupas.
Por trás de tudo isso, sistemas integrados ajudaram os gestores públicos a entender onde estavam as demandas mais urgentes e a tomar decisões com base em dados atualizados a cada hora. Foi um exemplo claro de como o governo digital pode ser uma ferramenta de cuidado, agilidade e humanidade. Nessas horas, a tecnologia deixa de ser um detalhe e passa a ser essencial.
O que Fica de Tudo Isso?
A transformação digital no setor público está em pleno andamento. Já não se discute mais se ela vai acontecer — e sim qual o melhor caminho pra torná-la real, acessível e eficiente. O GovTech Summit 2025 trouxe reflexões, boas práticas e exemplos que ajudam a entender que, sim, é possível fazer diferente. E melhor.
O TRE-RN tem buscado, no seu dia a dia, formas de melhorar e ampliar a forma como utiliza a tecnologia em seus serviços. Participar de espaços como o GovTech Summit ajuda a fortalecer esse movimento contínuo de aprendizado, escuta e adaptação às novas possibilidades que o governo digital vem trazendo. Já a experiência de Porto Alegre, com tudo que viveu em 2024, escancarou como a tecnologia, quando é usada com empatia e agilidade, pode literalmente salvar vidas e manter a estrutura pública de pé, mesmo diante de crises severas.
Tudo isso deixa uma coisa muito clara: o futuro do governo digital não se constrói só com código e sistemas modernos. Ele começa com escuta, com atenção a quem está na ponta, com coragem pra mudar o que não funciona mais. Começa com a decisão de tratar o cidadão com respeito, oferecendo um serviço público que seja, ao mesmo tempo, eficiente e humano — do jeito que todo mundo merece.
Resumo rápido
- Governo digital é usar a tecnologia pra simplificar e melhorar os serviços públicos.
- Reduz burocracia, acelera processos e coloca o cidadão no centro da experiência.
- A IA pode ser uma aliada quando usada com responsabilidade.
- A Justiça Eleitoral tem sido pioneira, e o TRE-RN segue buscando inovação.
- A resposta às enchentes de 2024 mostrou como o digital salva tempo — e vidas.
- O desafio agora é incluir todo mundo e garantir que os avanços cheguem a todos.